Depois da falência das empresas investigadas na Operação Lava-jato, um engenheiro-civil, desempregado, morador de Copacabana, que se torna motorista de Uber, busca retornar ao mercado de trabalho, traz de volta antigos projetos e vive uma experiência humana inesquecível.
Março de 2014, começa no Brasil a Operação Lava-Jato. Muitos políticos e empresários foram processados, condenados e presos. A operação Lava-Jato, igualmente, causou muitos danos a grandes empresas e à economia do país e, consequentemente, milhares de trabalhadores perderam seus empregos.
João Pedro (JP), um engenheiro civil, é um destes tantos brasileiros que ficou desempregado e vira Uber, de um carro de locadora. Vive à procura de um retorno ao mercado de trabalho, mas com enormes obstáculos, inclusive por ter trabalhado numa empreiteira investigada pela Lava-Jato. Ele mora numa kitchnet, em Copacabana, bairro onde nasceu e cresceu, que é de propriedade do seus pais. Tem três amigos de infância, (Bad Trip, Rafa e Cesinha), que se reúnem no botequim do espanhol João, conhecido como “Lourinho”. A conversa sempre gira em torno de mulheres, política e muita zoação entre eles. Os encontros de domingo, com os amigos, para tomar chope, são sagrados.
Também aos domingos, JP tem um outro compromisso sagrado: almoçar com seus pais. Seu pai, Aloisio, 75 anos, bancário aposentado, conservador, não se conforma do filho trabalhar de Uber e sempre o questiona, o que torna os almoços conflituosos. Sua mãe, Gilda, 70 anos, dona de casa, ao contrário, procura sempre contemporizar os conflitos e apoiar o filho. Gilda sempre questiona seu marido, qual a razão de sempre brigar com o filho e, até mesmo, humilhá-lo.
JP tem um encontro inesperado, numa cafeteria em Copacabana, com sua ex-mulher, Vera. Conversam sobre suas vidas, trajetórias e decisões. Ela acredita que JP deve resgatar os projetos da faculdade por moradias populares. JP tem um insight e passa a pensar em retomar tais projetos.
JP é impactado ao se deparar com uma mulher, numa esquina de Copacabana. Essa mulher, transmite a ele amargura e medo. Ao ser abordada, foge assustada, e o rosto dessa mulher ficará marcado para sempre na mente de JP.
A mulher, Teresa, é uma empregada doméstica, que mora na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, comunidade com grandes conflitos de moradia. Casada com Giba, um homem violento e descompromissado com a família. Ela tem três filhos, (Wellington, Rochelle e Kathlen), sendo as duas meninas com o atual marido. Teresa sofre com a forma violenta que o marido a trata e não quer mais a presença dele na casa, mas ele segue vivendo com ela, com truculência e violência doméstica.
JP quer uma ajuda de seu melhor amigo (Bad Trip) para colocar em prática seus planos e Bad Trip vai financiar o projeto de JP.
JP, ao passar pela mesma esquina de Copacabana, relembra o encontro com Teresa. JP segue com a imagem de Teresa na sua mente, mas resolve esquecê-la.
JP e Teresa seguem suas vidas paralelas. Ele, resgatando o passado de grandes ideias e projetos; ela, sofrendo com um marido que torna sua vida um inferno, com agressões físicas e morais. De alguma forma, lá adiante, dessas duas vidas surgirá uma experiência humana inesquecível.
Meu nome é Sergio Serpa, carioca, advogado, 62 anos
e um velho amante do Cinema. Cresci em Copacabana,
brincando nas calçadas e conversando com os amigos,
sentados nos para-choques dos carros estacionados,
indo aos cinemas de ruas, enormes e cheios de
História.
Na minha adolescência, quis ser cineasta, com uma
câmera Super-8 na mão e muitas ideias na cabeça.
Muitas dessas ideias ficaram apenas no papel,
escritas à mão e guardadas em alguma caixa de
papelão.
Em 1978, decidi que queria ser mesmo um cineasta de
verdade. Fiz vestibular para o curso de Cinema, no
único curso existente na época, a Universidade
Federal Fluminense (UFF), em Niterói, e não passei.
Como o vestibular do Rio era unificado, havia muitas
opções, e consegui classificação na terceira opção e
fui cursar Jornalismo, com ênfase em Produção de TV
e Rádio, numa faculdade particular.
As circunstâncias da vida me levaram a cursar
Direito e me tornar um advogado, esquecendo Cinema e
Jornalismo. Segui minha vida, mudei daqui para lá e
de lá pra cá.
Veio a pandemia e ela nos encurralou em casa, fez a
todos nós repensarmos tantas coisas da vida. Não foi
diferente comigo. Voltei a pensar no eterno e antigo
amor: O Cinema.
A internet abriu o gigantesco universo do Cinema.
Gritou para mim: Vem! E eu fui. E lá encontrei tudo,
mas tudo mesmo sobre o que eu sonhara aos 18 anos de
idade. Cursos, palestras, programas, roteiristas,
filmes, livros, bastando pesquisar.
Nesse embalo fiz cursos de roteirista, abri as
caixas de papelão amareladas, com os textos escritos
à mão, comprei um programa de escrita de roteiro e
comecei escrever.
O primeiro “filho” é esse que apresento nesse site,
Copacabana me encanta, um longa-metragem, que teve
como ponto de partida um conto escrito por mim, há
quarenta anos, chamado A Mulher, disponibilizado
aqui no site.
E cá estou eu, apresentando o meu roteiro,
Copacabana me encanta, a quem se interessar. Abra o
site e seu coração também, e se encante por
Copacabana.